Vereadores de Itu repudiam exposição “Queermuseu” realizada pelo Santander

Presidente da Casa de Leis fez moção contra a polêmica mostra. Ele e mais três edis promoveram críticas na Tribuna 

“Estamos sendo afrontados por outros segmentos da nação que defendem essas ideologias” – Normino da Rádio

O vereador e presidente do Legislativo ituano José Galvão (DEM) apresentou na sessão desta segunda-feira (18) uma moção de repúdio contra o Santander pela realização da polêmica mostra de arte “Queermuseu”, exposta no espaço cultural do banco em Porto Alegre (RS). A exposição foi acusada de promover pedofilia, zoofilia e afrontar o Cristianismo.

A moção foi aprovada pela unanimidade dos vereadores presentes no momento. O autor e outros três edis chegaram a fazer diversas críticas à exposição durante a Palavra Livre na Tribuna. “Uma moção de repúdio de todas as câmaras municipais seria pouco”, declarou Maria do Carmo Piunti (PSC), criticando a utilização de dinheiro público através da Lei Rouanet na mostra.

“Tirou dinheiro da saúde e da educação desse país, porque era dinheiro do imposto de renda, e colocou nas mãos desse suposto artista”, prosseguiu a vereadora. Para Galvão, a mostra “vai contra todas as crenças das principais religiões do país”. Ele também apresentou algumas imagens da mostra, apontando que elas contêm todo tipo de crime sexual e desrespeito religioso. “Se eles fizessem uma exposição com dinheiro próprio, eu até acho que é um direito deles. E nós aqui respeitamos todo tipo de orientação sexual. Mas eu não posso admitir que alguém venha me dizer qual deve ser a orientação religiosa e a sexual que eu tenho que dar para minha família”, declarou o presidente.

Já Normino da Rádio (PHS) disse que a exposição entristeceu a maioria esmagadora das pessoas que vivem neste país. “O nosso país traz em seu quadro estatístico uma maioria esmagadora de pessoas que ainda preservam os bons costumes e os bons princípios”, afirmou, informando ainda que o Brasil conta com 86% de cristãos. “Estamos sendo afrontados por outros segmentos da nação que defendem essas ideologias”, prosseguiu, dizendo ainda que está em jogo o “futuro da família tradicional brasileira”.

Sérgio Castanheira também fez críticas, dizendo ser inadmissível para um banco do porte do Santander. “A gente não pode se calar. Foi investimento com dinheiro público que feriu e fere padrões morais de uma sociedade”, afirmou o edil. “O Brasil é um país laico, mas essencialmente cristão”.

 

Contas encerradas

Alguns vereadores também chegaram a comentar que, em protesto, diversos clientes encerraram suas contas no banco Santander. Chegou a ser declarado que 25 mil contas foram fechadas em apenas um dia. Porém, segundo a Agência Lupa, a primeira especializada em checagem de dados do país, esse número não se sustenta.

Segundo matéria publicada pela revista Época no dia 16 de setembro, “ainda não existem dados públicos capazes de evidenciar a alegada queda”. A Agência Lupa também chegou a questionar o banco, que afirmou, por nota, que não perdeu esse número de clientes.