Câncer de intestino: entenda a doença que atinge a cantora Preta Gil

Luciana Buttros, oncologista do Instituto de Oncologia de Sorocaba (Foto: Divulgação)

O câncer de colón ou no intestino, que a cantora Preta Gil revelou ter sido diagnosticada na última segunda-feira (10), é o segundo que mais causa mortes no mundo, atrás apenas do câncer de pulmão. Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), mais de 860 mil pessoas perderam a vida pela doença em 2018. Já no Brasil, a estimativa é de 45.630 novos casos anuais.

Para Luciana Buttros, oncologista do Instituto de Oncologia de Sorocaba (IOS), o aumento da incidência de casos de câncer de intestino está relacionado aos hábitos de vida da população, que está cada vez mais exposta a fatores de riscos da doença.

“O câncer colorretal, como outros tipos, está diretamente associado a dietas não saudáveis e hábitos como o tabagismo e o alcoolismo que afetam células do nosso organismo. Outro fator que também privilegia o aparecimento da doença é o sedentarismo”, explica a oncologista.

Preta Gil esteve internada por seis dias na Clínica São Vicente, no Rio de Janeiro, por conta de um desconforto. Após exames, foi constatado um tumor no intestino da cantora.

Entenda a doença

O câncer colorretal atinge o intestino grosso e/ou sua porção final, o reto. Também pode ser chamado de câncer de intestino ou tumor de cólon e reto. A doença é caracterizada por alterações desordenadas na divisão e reprodução das células.

A boa notícia é que a doença é tratável e, na maioria dos casos, curável ao ser detectado de forma precoce. Estima-se que as chances de cura passam de 90% se o câncer for descoberto rapidamente.

“O câncer colorretal pode ser silencioso, sem apresentar sintomas por um bom tempo e o diagnóstico da doença pode surgir em um estágio mais avançado. Por isso, é importante fazer exames de rotina. Em pessoas a partir de 45 anos, mesmo sem sintomas, é indicado realizar a colonoscopia mesmo sem histórico oncológico na família para detectar alguma anormalidade no intestino”, comenta Luciana.

A oncologista diz que apesar de ser uma doença silenciosa, é preciso estar atento a alguns sintomas caso ocorram: presença de sangue nas fezes, dor e cólica na barriga com mais de 30 dias de duração, alteração no ritmo intestinal (quando o intestino apresentava um ritmo normal e passa a apresentar diarreia ou constipação); perda de peso rápida e não intencional; anemia, cansaço e fraqueza.

Como prevenir?

As estatísticas sobre o aumento de casos de câncer preocupam especialistas, principalmente após a divulgação do levantamento de tendência da evolução dos tipos da doença no país. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), aparecerão cerca de 704 mil novos casos no Brasil anualmente entre 2023 e 2025. No mundo, o câncer de cólon representa 10% dos tipos da anomalia, sendo quase 2 milhões de casos anuais.

Para se prevenir da doença, Luciana reforça que é importante estar de olho nos hábitos do dia a dia e no excesso de alimentos não saudáveis.

“Pensando em alimentação, reduza alimentos processados e ultraprocessados, como linguiça, calabresa, bacon, salame, entre outros. Outro fator que se deve levar em conta é a ingestão excessiva de carne vermelha. Ingerir mais de 500 gramas de carne cozida por semana aumenta o risco para este tipo de câncer”, chama a atenção Luciana.

Uma dieta rica em frutas, vegetais e legumes também ajuda a evitar a doença. Já a atividade física auxilia a reduzir fatores inflamatórios e promove equilíbrio nos níveis hormonais no organismo. Segundo a Organização Mundial de Saúde, o recomendado é realizar 150 minutos de atividade física moderada por semana.

“É importante cessar com o tabagismo e o alcoolismo; também manter o peso corporal saudável. Todas essas práticas reduzem em até 30% os casos da doença”, completa a oncologista.