Em Itu, venda de repelentes tem aumento de 80%

Em uma farmácia localizada na Rua Floriano Peixoto, prateleira de repelentes estava quase vazia nesta semana (Foto: André Roedel)

O aumento de casos de dengue em todo o Brasil tem desencadeado uma alta procura por repelente e os fabricantes temem que a matéria-prima possa entrar em falta, já que a mesma vem de outros países e pode demorar até 150 dias para chegar. As empresas aumentaram os turnos de trabalho e chegaram a dobrar a produção. Em uma das fabricantes, houve um aumento de 150% nas produções do último mês.

Assim como em outras partes do Brasil, em Itu a procura por repelentes é grande. De acordo com Quênia Lourenço, farmacêutica de uma farmácia situada na Avenida Prudente de Moraes, na Vila Nova, as vendas do produto tiveram um aumento de 80%. “Principalmente os que têm icaridina [na composição]”.

Icaridina é uma substância ativa que funciona como um repelente de longa duração, sendo recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para combater insetos transmissores de doenças. Questionada sobre uma possível falta do produto, Quênia diz que o estabelecimento “já tinha estoque, então não afetou tanto, mas estamos tendo dificuldade de encontrar para repor com os fabricantes”.

O JP também esteve em uma farmácia situada na Travessa do Carmo, no Centro, e conversou com o farmacêutico Albino Paula que também comentou que em seu estabelecimento as vendas de repelente tiveram um aumento de 80%, com o crescimento ocorrendo “entre o final de fevereiro e começo de março”.

Apesar das dificuldades para os fabricantes suprirem a alta demanda, Albino destaca. “A nossa vantagem é que temos diversos fornecedores, assim o produto não falta. Antes nós tínhamos um fornecedor. Depois, ao perceber este aumento e a possibilidade de falta do produto, aumentamos para 20 fornecedores, assim não haverá problema de falta”, explica. Questionado se ele acredita que a procura pelos repelentes permanecerá em alta, Albino acredita que sim, pois “são muitos os casos de dengue”.

Em uma farmácia localizada na Rua Floriano Peixoto, também na região central da cidade, as prateleiras de repelentes já estão quase vazias. A atendente Rosângela de Souza Silva comenta. “É renovar o estoque e logo acaba. Toda semana estamos tendo que repor”, destaca.

Precavida, a veterinária Aline Capelli adquiriu seu repelente um pouco antes do aumento da procura pelo produto. “Passo sempre, pois estou com muito medo. Além disso, estou usando difusor na tomada quando estou em casa”, explica. 

Outros cuidados

Apesar de o repelente ser importante para se evitar a dengue, existem muitos outros cuidados que devem ser tomados. De acordo com o biólogo Gilberto de Lucena, coordenador do Serviço de Controle de Vetores da Secretaria de Saúde de Itu, a principal forma de combater a proliferação do mosquito transmissor da dengue ainda “é evitar os criadouros, deixando quintais, calhas, jardins, garagens e demais dependências da casa sempre em ordem e sem depósitos de água parada”.

“O uso de repelente é uma das formas de se espantar o mosquito, mas o produto deve ser usado dentro das orientações do fabricante sobre dosagem, faixa etária e demais recomendações. O repelente deve ter o componente Icaridina, pois tem um efeito prolongado em relação ao Aedes aegypti. A utilização de inseticidas domésticos em residências também é reforço para diminuir a proliferação do mosquito”, complementa o biólogo.

Até a tarde de sexta-feira (08), a cidade de Itu registrava 4.120 casos de dengue (números desde o dia 1° de janeiro). Nenhum óbito pela doença foi confirmado até o momento, com três mortes estando sob investigação.