Espaço Acadil: Atrocidades

Guilherme Del Campo
Cadeira nº 11 I Patrono Mario de Andrade

Apesar das severas leis vigentes, elas não inibem comportamentos atrozes e tristes que levam pessoas ao desespero, ao perderem seus filhos inocentes vítimas de balas perdidas ou atentados injustificados e criminosos. Só quem perde um filho(a) pode avaliar a dor que o atormenta. Vejam a quantidade de crianças mortas vítimas de balas perdidas.

Em São Paulo um menino de treze anos. assassinou traiçoeiramente a facadas uma professora idosa, que amava seus alunos e feriu outras professoras e vários alunos. Qual a explicação para ato tão desprezível?

Impressionante o ato covarde de terror em Blumenau/SC, quando um adulto armado de uma machadinha assassinou a golpes, quatro criancinhas e feriu outras cinco.

No Brasil não se registravam casos dessa natureza. Acreditava-se que esse tipo de crime apenas acontecia nos EUA, devido a vários fatores como as facilidades para se obter armas de fogo potentes, medo de uma invasão estrangeira ou incentivo a manuseá-las, envolvendo jovens e crianças.

Culpa-se a agressividade dos programas televisivos, filmes e games com alto teor beligerante, cultuando o crime e o extermínio de inocentes. Reflitamos, na nossa infância assistíamos nas matinês filmes do velho oeste americano. Eram assaltos a bancos, trens pagadores, diligências e tiroteios além dos duelos armados, mas nem por isso nossa juventude praticava atos tão escabrosos.

Essas atitudes belicosas e individualistas estariam amparadas no isolamento social e pernicioso, na sensação negativa do ostracismo dos nossos jovens? Talvez na nossa história eles não estiveram tão isolados.

A falta da presença próxima dos pais, a busca de identidade e o desejo supremo de declarar-se diferente, ou seja, “não sou igual aos outros” que todos deviam reconhecer.

É provável que essa condição os leve a copiar decisões erradas e impensadas ao promover atentados contra pessoas inocentes e crianças ainda na tenra idade.

Assim, eles conseguem, mesmo negativamente, “aparecer”, diante de uma sociedade predatória e indiferente. Ao praticar atentados e exterminar pessoas de bem, acabam se vangloriando dos seus pecaminosos atos. É como se tivessem a certeza de que agora são finalmente “alguém”. Ser temido, invejado e lembrado para sempre, mesmo sob os rigores da lei e ficar confinado por vários anos, em presídios ou em clínicas de tratamento psicológico. Quais seriam as soluções?

      – Policiamento intensivo e permanente nas entradas das escolas?

      – Detectores de metais apesar dos custos elevados?

      – Gravação em vídeos de todos que comparecem às escolas?

      – Combater a cultura da violência, filmes e games aos jovens?

      – Identificar e tratar a tempo doentes mentais?

      – Treinar e armar diretores, professores e funcionários das escolas?

      – Conscientizar pais em observar comportamentos inadequados dos filhos?

Temos diante de nós, um grande desafio a ser enfrentado.