Próximo livro de João Milioni vai explorar a vida entre os cangaceiros

O escritor é apaixonado pelas histórias envolvendo o cangaço (Foto: Divulgação)

O escritor João Carlos Milioni, que ocupa a Cadeira 21 da Academia Saltense de Letras (ASLe), honra o seu patrono João Guimaraes Rosa, que foi um exímio narrador das agruras do sertão brasileiro, ao escrever sobre a vida entre os cangaceiros do bando de Lampião, o maior líder do cangaço no Nordeste e figura emblemática na disputa de terras naquela região, em uma época em que as coisas se resolviam à bala.

Mas a escolha do tema do sexto livro do escritor também atende a outras duas razões que o movem emocionalmente: a paixão pelas histórias envolvendo o cangaço, que vem desde moleque, e uma forma de prestar homenagem a José Sabino Bassetti, membro da ASLe, que faleceu em 12 de dezembro de 2020 após ocupar a Cadeira 23, cujo patrono era Euclides da Cunha.

A ligação de João Milioni com o cangaço e com Sabino o levou a apresentar o acadêmico falecido como integrante da Academia e a mostrar as lutas de Lampião para os acadêmicos. Logo após se tornar acadêmico, Bassetti proferiu uma palestra de mais de duas horas onde revelou conhecimentos específicos e profundos do assunto que o apaixonava como ao seu padrinho.

A ideia do livro surgiu nessa época e Bassetti a desenvolvia, mas teve de paralisar o trabalho devido a uma doença que o incapacitou e depois o matou. Enquanto atuava como ponte entre o amigo e os acadêmicos na fase mais crítica da doença, João Milioni decidiu fazer o livro e para isto tem feito muitas viagens e pesquisado junto a instituições e pessoas para enriquecer ainda mais a obra.

João Carlos Milioni é autor de “A brilhante amizade”, “A ópera da natureza”, “Planeta mãe”, “Obstinado” e “O compadre de João Carrasco” (esta também peça teatral). Ele chegou a fazer três anos de Direito, mas se formou mesmo administrador de empresas, em Salto. Depois casou-se e teve filhos e agora netos. Entre junho de 2020 e junho de 2022 foi o presidente da ASLe, gestão na qual se conseguiu pela primeira vez completar o quadro de 40 acadêmicos.