Acima dos 60 anos e de alma jovem

Daniel Nápoli/Moura Nápoli

No dia 1º de outubro, foi comemorado o Dia Internacional do Idoso. Neste mês, o Periscópio ouviu três pessoas que em diferentes áreas de atuação, provam que a Melhor Idade é período de muita disposição e conquistas.

Digital Influencer, a agente de segurança da Câmara Municipal de Itu, Sueli Rodrigues, de 70 anos é um exemplo de autoestima. Contando com um perfil no Instagram (@blogdasu70), com mais de 26 mil seguidores, ela ganhou repercussão nacional, com posts diários de seus looks, inspirando diversas pessoas, que também podem conhecer um pouco de sua história.

Conforme o Periscópio já contou em suas páginas em fevereiro deste ano, Sueli que é  moradora da cidade de Itu desde 1985, casada há 38 anos com Edson Rodrigues, tendo duas filhas, Thássia e Larrisa, passou por momentos difíceis. “Em março de 2017, descobri que tinha um câncer e recebi da minha família e amigos o maior apoio. Você não consegue imaginar o tamanho do apoio que eu recebi e eu nem sabia o que era câncer. Fiquei sem saber até a primeira quimioterapia”.

Sempre elegante, Sueli chamou a atenção pela maneira de se vestir. Foi então que Graziela, contando com o auxílio da diretora executiva do Instituto do Legislativo Ituano (ILI), Rafaela Galvão, decidiu em seus horários de almoço criar um perfil e tirar fotos dos looks da colega e iniciar a interação com os seguidores.

Após ganhar projeção nacional, Sueli passou a marcar presença em diversos eventos, entre eles o evento do Google, ocorrido nesta semana, chamado Influenciadores Digitais Maduros, em que contou um pouco sobre sua trajetória.

Em mais de um ano de atuação, Sueli fechou parcerias com diversas marcas. Esbanjando felicidade, a Digital Influencer não se vê com a idade que possui. “Eu tenho 70 anos, mas a minha cabeça não sabe disso. Muitas vezes ela quer que eu faça coisas de quando eu tinha 30, 40 anos aí eu faço e vou até o meu limite, daí eu volto. Não gosto de pensar que velho ‘tem que ser assim, tem que ser assado’. Eu acho que você não tem idade, você tem atitudes. Faço o que eu gosto”.

Sueli fala sobre seu objetivo no mundo digital. “Pretendo alcançar pessoas que querem ver a vida de uma maneira melhor. Que eu possa dizer que muitas vezes, não são as grandes coisas que faz a felicidade, são pequenas coisas .Quero falar como é a minha vida depois de tudo o que ouve, se isso puder ajudar as pessoas, fico muito feliz”.

Outro personagem que esbanja vitalidade é o barbeiro João Batista Prieto, de 83 anos que há quase 7 décadas, exerce a função.  “Em janeiro vou completar 70 anos como barbeiro. Comecei com 13 anos, em um salão entre as Ruas Sete de Setembro e a Rua Santa Rita, de propriedade de Ângelo Gatti, onde comecei como engraxate e logo depois me tornei barbeiro, com 13 anos”.

 Há 46 anos, trabalhando no Salão Central, situado na Rua Santa Rita, Batista, como é mais conhecido, relembra sua trajetória e aproveita para aconselhar os mais novos. “É muito tempo trabalhando. É uma coisa difícil, ainda mais nos dias de hoje. É motivo de orgulho. Um conselho que dou é que precisa gostar da profissão, levar a sério. Não se pode querer trabalhar só para ganhar dinheiro”.

O barbeiro prossegue. “Tem que ter  vontade de trabalhar, querer aprender. Sou feliz e amo a minha profissão. Se você não gosta do que faz, não consegue sobreviver”, aconselha Batista, que durante o período de trabalho, colecionou muito mais do que clientes. “Graças a Deus fiz muitos amigos”.

Aos 74 anos de idade, o vitorioso Antonio Carlos Barbosa, medalha de bronze nos jogos Olímpicos de Sidney-2000, atualmente é treinador do Ituano Basquete e é outro personagem de alma jovem. “A idade cronológica é um percurso natural da vida. O que você não pode é envelhecer na cabeça. Eu me sinto como se tivesse uns 40, 40 e poucos anos. A saúde é plena, total, não tenho qualquer problema e estou sempre com sede de vitória, sede de vencer. Continuo altamente competitivo”.

Barbosa, prossegue. “Não posso dizer que o vigor físico é o mesmo, porque nunca fui uma pessoa extremamente vigorosa, nunca tive o perfil de um atleta. Mas sempre tive o perfil de uma pessoa saudável. Às vezes eu tenho até de me vigiar e me lembrar que já não tenho 30 ou 40 anos”.

O treinador acredita que a receita para seu estilo é estar perto dos mais jovens. “Um dos fatores para isso é a minha convivência com os jovens. Quando eu comecei no basquete eu cheguei a dirigir atletas com mais idade que eu. Depois o tempo passou, e hoje posso dizer que sou pai e até avô das minhas atletas, sem problema nenhum”.

Fotos – Divulgação

Sueli, Batista e Barbosa, três personagens que misturam experiência e jovialidade em suas trajetórias