Após protesto de segunda-feira, Câmara aumentará segurança

Identificado como Marcos de Moraes, manifestante foi levado ao 1º DP, onde um boletim de ocorrência foi registrado

 

MANCHETE DE QUINTAA sessão ordinária desta segunda-feira (15) no Legislativo ituano transcorria tranquilamente até o momento em que um cidadão, identificado como Marcos de Moraes, arremessou no plenário – enquanto Olavo Volpato (PMDB) fazia uso da palavra – uma garrafa plástica contendo água suja, um frasco com um escorpião morto e dezenas de notas falsas com o rosto dos 13 vereadores estampados, a inscrição “República Corrompida do Brasil” e o número “171”.

Enquanto arremessava os objetos, o manifestante dizia que os vereadores são um “bando de vendidos”. De imediato, o presidente Marquinhos da Funerária (PSD) pediu aos guardas civis municipais que prendessem o rapaz e o encaminhassem à delegacia. Visivelmente alterado, o cidadão precisou ser contido por três GCMs, que fizeram uso de algemas. A sessão ficou parada por alguns instantes por conta do incidente.

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Ao retomar a palavra, Olavo fez uma sugestão ao presidente da Casa. “Vossa excelência precisa mandar colocar um vidro à prova de balas, separar o plenário como é feito em outras câmaras. Porque nossa integridade sempre está em jogo e eu acho que isso é uma necessidade”, declarou o vereador. “Não dá mais para a gente estar trabalhando aqui e dali a pouco algumas pessoas venham e coloquem em risco a vida do pessoal”.
Assim que Olavo terminou sua fala, Marquinhos se pronunciou. “Esse cidadão gostaria de ser vereador da cidade. Uma pessoa que não tem o mínimo de preparo, que não tem conduta, que não tem índole, que falta com o respeito ao ser humano”, declarou. O presidente do Legislativo ainda lembrou que o cidadão já protagonizou outros protestos.
“É a segunda vez que esse rapaz vem desrespeitar a Casa de Leis. Por mim esse cidadão não entra mais no plenário. Porque esse cidadão, desequilibrado dessa forma, pode vir com uma arma e dar um tiro num vereador”, declarou Marquinhos. Givanildo Soares (PROS) pediu aparte e comentou sobre as ligações políticas de Marcos de Moraes.

“É um mentecapto que está aqui para aparecer. Já começou errado. Ele é candidato junto com o Guilherme Gazzola, saiu num folheto. E tenho certeza que o Guilherme não tem nada a ver com isso, mas deveria podar esse cara do grupo de candidatos. Esse cara denigre qualquer cidadão que pleiteia o cargo de executivo dessa cidade”, completou o vereador.
Em seguida, Marquinhos da Funerária voltou a criticar a atitude de Marcos de Moraes. “Não posso nem chamar de cidadão um cara desse, que vem desrespeitar a gente aqui. Manda ele ir trabalhar, manda ele fazer algo pela cidade para poder chegar onde nós chegamos”, declarou o presidente da Câmara, lembrando que outros opositores acompanham semanalmente as sessões, mas não desrespeitam os vereadores.

 

Boletim de ocorrência
O manifestante foi encaminhado ao 1º DP de Itu, onde foi lavrado um BO (boletim de ocorrência). O vereador Marquinhos da Funerária se apresentou como vítima, representado pelo advogado da Câmara, Dr. Eduardo Felipe Soares Tavares. Entre as infrações registradas no BO estão: resistência, injúria, desacato e perturbação do trabalho alheio.

De acordo com o BO, o manifestante se demonstrou bastante agressivo e proferia palavras de baixo calão. De acordo com o GCM que conduziu os fatos, Marcos de Moraes dizia, em tom de ameaça, que aquilo não iria ficar assim e que iria correr atrás de seus direitos. Também presente no DP, o manifestante deu sua versão dos fatos. Segundo informações, ele se diz indignado com a situação de “abandono” que se encontra o município e compareceu à Câmara para manifestar a sua insatisfação.

Ainda de acordo com seu depoimento, a água suja dentro da garrafa foi recolhida por ele em sua casa e o escorpião foi encontrado também em sua residência. Já as cédulas satíricas foram entregues a ele por outro “munícipe indignado”. Marcos de Moraes também negou ter resistido à prisão e afirmou não ter feito nenhuma ameaça aos GCMs.

 

Medidas de segurança
      Na tarde desta terça-feira (16), a reportagem do JP entrou em contato com o vereador Marquinhos da Funerária, que comentou a infração cometida pelo manifestante e a ação da GCM. “No parágrafo 3º do artigo 239 do Regimento Interno diz assim: ‘se, no recinto da Câmara, for cometido qualquer infração penal, o presidente fará prisão em flagrante apresentando o infrator às autoridades competentes’”, declarou.
Marquinhos também falou sobre as medidas de segurança que deverão ser implantadas na Casa de Leis. “A diretoria da Câmara vai se reunir, nós vamos colocar detector de metal e vamos conversar para ver se é possível fazer a revista na pessoa”, declarou o presidente do Legislativo ituano.