Preso com documentos falsos, argentino de clã de sequestradores faz acordo

Defesa de Puccio conseguiu um acordo com o Ministério Público e homologado pelo juiz, com base na Lei Anticrime (Foto: Divulgação/Polícia Civil)

Recentemente, o argentino Daniel Arquimedes Puccio, membro de uma família conhecida por sequestrar e matar empresários na Argentina nos anos 1980, fez na Justiça brasileira um acordo de não persecução penal, quando o investigado confessa um crime e aceita uma medida alternativa, com isso, ele não pode ser punido pelo crime de falsidade ideológica.

Daniel foi preso em Itu, no ano de 2019, com CNH (Carteiro Nacional de Habilitação) e RG falsos, com o processo dos documentos correndo pela comarca de Itu. De acordo com o portal G1, a defesa de Puccio conseguiu um acordo com o Ministério Público e homologado pelo juiz, com base na Lei Anticrime que entrou em vigor em todo o Brasil em 23 de janeiro do ano passado.

A situação do argentino se enquadrou em crime com pena de até quatro anos de reclusão e sem violência, porém, como confessou, o acordo previa também o pagamento de um salário mínimo, na época, R$ 1.039, que foi realizado.A audiência de homologação foi feita no dia 27 de maio deste ano, por meio de uma videoconferência.

“Foi dito que aceitava livremente os termos do acordo, tendo já efetuado o depósito do valor acordado. Homologo o acordo, acolho a manifestação e assim, julgo extinta a punibilidade”, escreveu a juíza Andrea Ribeiro Borges. Ainda de acordo com o G1, Daniel também conhecido como “Maguila”, entrou no Brasil em dezembro de 2013 e teria que retornar ao país de origem em até 90 dias, o que não aconteceu, e permaneceu até ser abordado com documentos falsos.

Na década de 1980, os crimes da família Puccio repercutiram e a história inspirou uma série e um filme. Daniel chegou a ser condenado, assim como o irmão e do pai, mas ele fugiu do país e a pena prescreveu.

Ao todo, a família fez quatro vítimas. O patriarca dos Puccio, Arquímedes, era aposentado e não levanta suspeita dos vizinhos, segundo a imprensa argentina.A investigação apontou que Alejandro fornecia informações sobre os sequestros. O caso veio à tona em 1985. Arquímedes morreu em maio de 2013, aos 83 anos de idade.