Uma Aventura LEGO 2

Por André Roedel

Continuações de filmes de sucesso sempre são um grande desafio para diretores, produtores e roteiristas. Como superar o nível do longa inicial? Quase sempre o resultado é abaixo do esperado. Existem as exceções, que acabam surpreendendo a todos. Uma Aventura LEGO 2, porém, mantém o nível. Não traz nada de muito diferente do visto na animação de 2014, e isso acaba não sendo ruim.

Esta sequência é espirituosa, divertida e colorida, feita para agradar principalmente o público infantil. Acerta em manter os personagens do primeiro filme, como o medroso Emmet (voz original de Chris Pratt) e o paspalhão do Batman (Will Arnett), e mantém o mesmo tom de aventura descompromissada.

Neste novo filme, os bonequinhos feitos de bloco LEGO enfrentam invasores alienígenas e passam a viver em uma terra distópica, em que “nada mais é incrível”. Além disso, Emmet precisa resgatar seus amigos que foram capturados e levados para outra dimensão. Tudo, claro, é uma analogia com o que os irmãos Finn (Jadon Sand) e Bianca (Brooklynn Prince) estão aprontando no porão de sua casa com seus brinquedos. A outra dimensão, no caso, são os demais cômodos da casa.

Mais nova, Bianca quer se “enturmar” com o irmão mais velho, que reluta. No fim, o filme passa a mensagem de irmandade, mas sem ficar forçando uma lição de moral como em animações da Disney, por exemplo. Uma coisa que é irritante e prossegue nesta nova produção da Warner Bros. Animation são as musiquinhas, que são usadas a toda hora. Pode animar os pequenos, mas para os marmanjos acaba sendo um porre…

É necessário destacar a qualidade da animação. Os blocos de LEGO permitem uma inventividade muito grande, então os animadores puderam aproveitar todo o potencial criativo. Outro ponto legal é a forma como as cenas oscilam entre animação e os atores reais, dando espaço para momentos em que os bonequinhos deixam de ser digitalizados e tornam-se de plástico, em uma animação no estilo stop-motion.

No geral, Uma Aventura LEGO 2 não surpreende e expande muito pouco o universo iniciado em 2014 – que ganhou um spin-off em 2017 com LEGO Batman –, mas diverte do começo ao fim e entrega cenas bem interessantes (tirando, é claro, as músicas insuportáveis). Vale a pena conferir com a criançada no final de tarde, sem compromisso – pois o próprio filme não se leva a sério em nenhum momento.

Nota: 3 estrelas