Cresce ocorrência de cerol em pipas em Itu

Na última semana, a redação do Periscópio foi procurada por moradores de diferentes pontos da cidade que reclamaram a respeito do aumento do uso do cerol em pipas. As reclamações foram de maior intensidade no Jardim Eridano.

De acordo com moradores do bairro, a reclamação já teria sido formalizada para a Guarda Civil Municipal por diversas vezes nos últimos anos, mas o problema é recorrente.

Um munícipe residente no Jardim Eridano, que não quis se identificar, comentou à reportagem que seria interessante reforçar a necessidade de educar os jovens e também reforçar as rondas nas áreas recorrentes.

Diante da reclamação, o Periscópio conversou com um motoboy que atua na cidade há aproximadamente 16 anos. Rodrigo D’Angelo, de 38 anos, à reportagem relata um crescimento da utilização de cerol em pipas, principalmente nos bairros Jardim Eridano e São Judas Tadeu.

Questionado se já passou por uma situação de risco devido ao uso indiscriminado de cerol em pipas, o motoboy relata. “Já passei com a moto e uma linha pegou na viseira, danificando a mesma. Se fosse na altura do pescoço, receio que não estaria respondendo essa pergunta agora”.

Rodrigo comenta ainda que tem percebido um crescimento na ação, porém não tem sido uma exclusividade infantil. “E não só as crianças, mas adultos com mais de 20 anos soltando pipa com cerol na linha”.

O motoboy aproveita para deixar uma mensagem de conscientização. “Gostaria que as pessoas fossem menos inconsequentes, pois na rua há muitos trabalhadores que só querem levar o pão para casa, para seus filhos, e acabam findando sua trajetória por negligência da brincadeira perigosa de outros. Mais consciência e empatia para com o próximo”, declarou.

O JP também esteve em contato com a Prefeitura de Itu, que por meio de nota informou que a Guarda Civil Municipal tem ciência do problema e cumpre o seu papel de fiscalização. “Durante patrulhamentos de rotina, cidadãos que estejam empinando pipas costumam ser abordados pela GCM, que faz a orientação a respeito dos perigos do uso do cerol, assim como sobre os riscos dessa prática em áreas urbanas, devido à fiação elétrica”, acrescenta a nota.

“Em caso de flagrante do uso de cerol, o indivíduo é conduzido à unidade policial competente para as providências cabíveis, ressaltando que, em muitos casos dessa natureza, tratam-se de menores de idade”, prossegue a administração municipal.

Ao encerrar a nota, a Prefeitura destaca que “munícipe que presencie o uso de cerol pode denunciar o fato à GCM pelo telefone 153 ou ainda para a Polícia Militar pelo 190”. O uso do cerol ou a chamada “linha chilena” é crime em São Paulo, de acordo com a Lei Estadual nº 12.192, de 2006.

Pipas na rede elétrica

A CPFL Piratininga alerta para que crianças e adolescentes soltem pipas longe da fiação elétrica, como campos abertos e parques. A ideia é fugir do entorno de rodovias e dos canteiros de avenidas de intenso movimento, onde também podem acontecer acidentes não só com a rede elétrica, mas de trânsito.

O resgate das pipas é outro ponto de atenção. A companhia reforça para que nunca tentem resgatar pipas caídas, em locais com equipamentos de energia ou caso o brinquedo enrosque ou fique preso nos fios elétricos.

Em levantamento realizado pela concessionária, a região registrou 159 ocorrências causadas por pipas na rede elétrica, durante o primeiro semestre de 2023, uma média de 26 casos por mês.

O número é inferior a quantidade de casos registrados no primeiro semestre do ano passado, quando foram identificadas 163 ocorrências. Indaiatuba lidera as estatísticas com 60 casos em 2023, seguida de Itu e Salto, com 59 e 40, respectivamente.

Já a linha com cerol, por conduzirem eletricidade, faz o risco de choques aumentar quando entram em contato com a rede elétrica. Além disso, o cerol possui um poder cortante, podendo romper os cabos da rede e provocar curtos-circuitos, colocando em risco a vida de pedestres, ciclistas e motociclistas.