Dia do Carteiro foi comemorado em 25 de janeiro

Paulino Piotto foi carteiro, jornalista e incursou na política (Foto: Arquivo)

Embora com o advento da internet e as chamadas mensagens eletrônicas, o trabalho do carteiro continua sendo indispensável no dia a dia da sociedade. 25 de janeiro marcou o Dia do Carteiro, uma profissão que é comemorada no Brasil a partir de 1663, quando foi criado o cargo de Correio-mor na Monarquia Portuguesa no Brasil. 

Em 1606, Luiz Gomes da Matta comprou do Rei Felipe III o cargo de Correio-mor, passando a ser responsável escritas emitidas pela Corte. Já em 25 de janeiro de 1663, seu neto seria nomeado o primeiro Correio-mor do Mar, tendo a incumbência de cuidar da troca de correspondências entre as colônias e a Corte portuguesa.

Para se ter uma ideia da importância histórica do carteiro, Paulo Bregaro foi quem entregou as correspondências à D. Pedro I em 7 de setembro de 1822, que acabaram culminando na proclamação da Independência do Brasil. Por isso, Paulo Bregaro tornou-se o “Patrono dos Correios”.

Entretanto o serviço regular de entrega de cartas e mercadorias só foi estabelecido no país a partir de 1835. Atualmente, mais de 50 mil carteiros trabalham na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, sendo que aproximadamente 10% deste contingente é formado por mulheres.

Itu teve um carteiro que, embora pouco reconhecido como tal, tornou-se um dos símbolos da profissão pelos anos trabalhados e pela extrema dedicação a profissão, que foi Paulino Domingos Piotto (02/05/1924 – 09/10/2009). 

Iniciou sua carreira em Itu a partir de 1942, onde atuou também como jornalista a partir de 1943, tendo trabalhado nos jornais “A Federação” e “República de Itu”, entre outros, tendo sido também e por mais de 50 anos, correspondente do jornal “Gazeta Esportiva”. Piotto também colaborou com outros jornais da região como o “Taperá” de Salto e “Tribuna das Monções”, de Porto Feliz. Apaixonado por esportes, foi colaborador por muitos anos da Rádio Convenção de Itu.

Paulino Piotto, em tudo o que fez em sua vida, era extremamente competente e dedicado. O jornalista Moura Nápoli do Periscópio, que desfrutou da amizade do carteiro, conta que “Piotto era uma pessoa ímpar como carteiro. Eu o conheci já aposentado, mas havia uma história que ele contava com muito carinho, e que tinha como um diferencial na profissão”.

Moura lembra que Piotto dizia que quando carteiro “ia de casa em casa e não se limitava a deixar as correspondências na caixa de correio ou debaixo das portas. Ele batia de casa em casa e dizia: ‘bom dia dona Maria, eis aqui a sua correspondência. Bom dia, seu Antonio, eis aqui sua correspondência. Bom dia dona Adeleide, hoje não tem nada para a senhora…’ Era assim que ele trabalhava”.

Paulino Domingos Piotto também teve uma incursão na política, tendo sido suplente de deputado Federal pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB) e chegou a assumir mandato por três meses, quando a capital do Brasil era o Rio de Janeiro. Fez parte da ACADIL – Academia Ituana de Letras e deixou o livro “Memórias de um Carteiro Antigo” da Editora Ottoni e é nome de uma rua, no Residencial Gardenville, em Itu, num Projeto de Lei de autoria da vereadora Maria do Carmo Piunti (PSC), desde 2020.

Comemorações – Em 2023, o Dia do Carteiro inaugura as comemorações dos 360 anos dos serviços postais brasileiros. A pé, de bicicleta, moto ou carro, os carteiros trafegam mais de 1,5 milhão de quilômetros diariamente em todo o território nacional, cumprindo sua missão e entregando mais de 12 milhões de objetos nos milhares de endereços por todo o Brasil. Só no interior paulista são aproximadamente 6.200 profissionais entregando 1,690 milhão de objetos postais diariamente.