Espaço Acadil: Viagem para dentro de si mesmo

Maria Angela Pimentel Mangeon Elias         
Cadeira nº 17 I Patrono Olívia Sebastiana da Silva

A maior parte das pessoas gosta de viajar. Conhecer outras pessoas, outros costumes, outras tradições, outras culturas, enfim, é um jeito gostoso de aprender.

Com o início da pandemia, as viagens escassearam e até sumiram, entretanto ficou uma das mais difíceis delas, que é a “viagem para dentro de si mesmo”.

Opa! O que significa realmente isso?

Com a necessidade de permanecer mais em casa, os espaços, que se mostravam satisfatórios, parecem ter diminuído, o que faz com que estejamos sempre com alguém por perto…

Essa situação não é totalmente desagradável, pois em geral não conhecemos bem aqueles que vivem perto de nós, e tal curiosidade até se torna interessante. Entretanto, satisfeita a curiosidade, uma espécie de intolerância de nós se apossa e como não temos para onde ir, visto que o espaço é aquele mesmo existente, pode acontecer que se inicie um pequeno ou grande desentendimento. Este é o perigo!

Seria necessário que uma dessas pessoas entendesse que na verdade não há razão para desgaste, mas sim apenas desagrado com a inusitada situação trazida pelo “Tetê à tête”. Sim, porém aí entra a dificuldade de se ter aquilo que esta palavrinha tão bem determina: discernimento. Parece que o assunto está ficando filosófico e até pode mesmo ser. Porém, o que vai surgindo é a necessidade de se “viajar para dentro de si mesmo”, o que nos amedronta, certo?

Viajar e conhecer outras regiões, outros costumes, diferentes dos nossos, é uma coisa. Tentar se conhecer melhor, se policiando para não esconder defeitos e diferentes reações, revela uma dificuldade não digo intransponível, mas arrisco dizer que “quase”. Sabe por quê? Porque a benevolência que despertamos por nós próprios é incomparavelmente superior à existente para com nossos semelhantes. Repare que usei a palavra “semelhante”, porque na verdade somos todos iguais, dotados das iguais características humanas…

Então descobri um jeitinho de não brigar e, em vez disso, procurar situação de análise, com realismo, para achar o verdadeiro motivo da abortada contenda!

Ah, e para isso, em geral, o melhor é sair logo do ambiente anterior, ok?

Boa viagem para dentro de si mesmo!