Procura pela vacinação está baixa em Itu

Até a última segunda-feira (1°), foram aplicadas 2.786 doses da vacina contra a Influenza, o que representa 5.64% da população-alvo (Foto: Divulgação/Prefeitura de Itu)

Teve início no dia 25 de março a campanha nacional de vacinação contra a gripe (Influenza). Em Itu, em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS), das 7h às 17h, sendo que a UBS 02 (Jardim União) e a UBS 05 (Rancho Grande) permanecem abertas até as 19h. A campanha se estenderá até 31 de maio, sendo 13 de abril o dia D de Divulgação e Mobilização Nacional.

Os grupos contemplados nesse período são: crianças de 6 meses a menores de 6 anos (5 anos, 11 meses e 29 dias), trabalhador da saúde (trabalhadores de saúde dos serviços públicos e privados, nos diferentes níveis de complexidade, gestantes, puérperas (mulheres no período até 45 dias após o parto), professores e trabalhadores de instituição de ensino básico a superior, povos indígenas, povos e comunidades tradicionais quilombolas, indivíduos com 60 anos ou mais de idade, profissionais das forças de segurança e salvamento, profissionais das Forças Armadas, pessoas portadoras de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais independentemente da idade, pessoas com deficiência permanente,caminhoneiros, trabalhadores de transporte coletivo rodoviário para passageiros urbano e de longo curso, trabalhadores portuários, população privada de liberdade e funcionários do sistema prisional, adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas e pessoas em situação de rua.

Porém, em Itu a procura para se imunizar é baixa. Ao Periscópio, a Secretaria Municipal de Saúde informa que, de acordo com dados do Ministério da Saúde, em 2023 foram aplicadas 42.257 doses da vacina contra Influenza, o que representa 46,43% do público-alvo em Itu. E em 2024, do início da Campanha de Vacinação contra Influenza até 1º de abril foram aplicadas 2.786 doses do imunizante, o que representa apenas 5,64% da população-alvo.

Já com relação a vacinação contra a Covid-19, a Secretaria Municipal de Saúde informa que desde o início da imunização em janeiro de 2021 foram aplicadas as seguintes doses da vacina monovalente: duas doses – 146.879 pessoas – 88,03%; três doses – 97.802 pessoas – 58,62%; quatro doses – 33.009 pessoas -19,78%; com 166.854 pessoas sendo a população-alvo. O número também é baixo com relação a imunização pela bivalente: 30.798 pessoas (21,66%), com a população-alvo sendo de 142.212 mil pessoas.

O JP questionou também sobre o número de casos de Covid-19 registrados em Itu neste ano. De acordo com a Secretaria de Saúde, no período de 1º de janeiro a 16 de março de 2024 foram registrados 1.262 casos de Covid na cidade e não há, neste período, registro de óbito pela doença.

Conscientização

A reportagem conversou com munícipes que estão com a imunização completa (até o momento) da Covid e também já se vacinaram contra a Influenza neste ano. A artesã Natalina Pereira deixa seu recado. “Foi muito importante [a vacinação contra a Covid], pois nos livrou desse vírus mortal. Perdi amigos queridos para esse vírus. Aqui em casa, só minha filha contraiu a Covid, mas foi bem leve devido à vacina. Graças a Deus eu não fui contaminada. Tivemos o máximo de cuidado”. “Agora, a vacina contra a gripe também nos deixa bem imunes. Eu, que trabalho ao ar livre, tenho que me cuidar, até porque sou uma pessoa idosa”, complementa.

Natalina Pereira tomou todas as doses da vacina contra a Covid e também se imunizou contra a gripe (Foto: Arquivo pessoal)

A professora Sandra Faccioli Schincariol comenta que contraiu a Covid, mas a doença teria sido pior se não estivesse devidamente imunizada. Com relação à vacina contra a Influenza, Sandra também comenta. “Sempre tomei essa vacina e há anos eu não sei o que é pegar gripe”, relata.

A aposentada Antônia Minhonha Marino também está devidamente imunizada. “Eu sempre tomei todas as vacinas disponíveis, desde meus 12 anos. E olhe que no meu tempo de escola a gente simplesmente era chamado de dentro da sala de aula para tomar a vacina e pronto. Depois sendo mãe, não deixei meus filhos sem vacina, tomaram todas! Assim ficamos livres de tantas doenças”, declara.

 “Muito triste ver hoje em dia o sarampo e outras doenças voltando pela falta de informação e consciência dos pais, que acreditam nas fake news a respeito de vacinas. Muitas vezes só se dão conta quando é tarde demais, visto que algumas doenças deixam sequelas irreversíveis.

Tomei todas e tomarei quantas forem necessárias para proteger não só a mim, mas também a todas as pessoas com quem convivo. Ah, hoje [sexta-feira, 5 de abril] tomei a minha vacina contra a gripe”, complementou Antônia.

Importância

A infectologista Dra. Luciana Gomes Corrêa Nóbrega, cooperada da Unimed Salto/Itu, reforça a importância de se imunizar. “A vacinação contra a Influenza é de extrema importância pois ajuda a prevenir a infecção pela gripe, que pode levar a complicações graves, especialmente em pessoas com sistema imunológico enfraquecido, idosos e crianças pequenas”, afirma.

Dra. Luciana Gomes Corrêa Nóbrega destaca importância da vacinação contra a Influenza (Foto: Divulgação)

“Ao se vacinar contra a Influenza, reduz-se significativamente o risco de contrair a doença e suas complicações relacionadas, como pneumonia e infecções bacterianas secundárias”, prossegue. “Vacinar-se contra a Influenza é uma medida preventiva eficaz para proteger a saúde individual e coletiva. Além disso, contribui para reduzir a carga nos sistemas de saúde e minimizar o risco de complicações associadas à doença. É importante seguir as recomendações das autoridades de saúde e garantir a vacinação anual contra a Influenza para a proteção pessoal e comunitária”, destaca a infectologista.

Lúcia Helena Pacífico, enfermeira e coordenadora do Serviço de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde de Itu, reforça. “A vacinação é fundamental para diminuir o risco das manifestações graves de doenças, que podem inclusive levar a pessoa a óbito. Ao longo dos anos, a vacinação permitiu controlar e até erradicar diversas doenças. Mas, é preciso destacar que a baixa cobertura vacinal coloca vidas em risco e pode provocar a reintrodução de doenças anteriormente controladas”, comenta.

“Portanto, a população-alvo do calendário nacional de imunização e das campanhas móveis de vacinação deve procurar por uma Unidade Básica de Saúde (UBS). Em Itu, temos UBS que funcionam com horário estendido e vacinação aos sábados em pontos determinados que são previamente divulgados pelos canais de comunicação da Prefeitura”, conclui a profissional.

O Periscópio questionou também a Secretaria Municipal de Saúde a respeito da vacinação contra a dengue e por meio de nota a pasta informou que aguarda orientações do Ministério da Saúde sobre a data de início de vacinação contra a dengue na cidade de Itu. 

Quanto aos casos da doença na cidade, segundo a plataforma on-line do Governo do Estado, de 1º de janeiro até a tarde de sexta-feira (05), Itu registrou  5.852 casos da doença, com um óbito confirmado.

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