Estátua de Regente Feijó deverá ser doada em definitivo

Da esq. para dir. os restauradores Julio Moraes e Claudemir Ignácio, deputado estadual Rodrigo Moraes, secretária de Cultura de São Paulo Aline Torres, vereador de São Paulo José Olímpio e o secretário de Emprego e Renda de Itu Olavo Volpato (Foto: Tucano – arquivo Revista Campo&Cidade)

Uma comitiva ituana esteve na capital paulista no último dia 23 de março para tratar da doação em definitivo da estátua de Regente Feijó à escola estadual de mesmo nome, localizada no Centro de Itu. O monumento, datado de 1911 e de autoria de Louis Convers, está no colégio há 40 anos, mas pertence oficialmente à Prefeitura de São Paulo.

A comitiva foi formada pelos restauradores Julio Moraes e Claudemir Ignácio, deputado estadual Rodrigo Moraes (PL), vereador da Câmara Municipal de São Paulo José Olímpio (PL) e o secretário municipal de Emprego e Renda de Itu Olavo Volpato, que era prefeito de Itu na época da vinda do monumento de bronze e granito para a escola estadual. O jornalista João José Tucano da Silva também esteve presente.

O “Monumento a Diogo Antônio Feijó” foi montado em Itu com as esculturas provenientes de outro monumento, instalado em 1913 no Largo da Liberdade, em São Paulo, e demolido na década de 1970 durante a construção da primeira linha de Metrô da capital para dar lugar à atual estação Liberdade-Japão.

O monumento tem três peças: a alegoria de Regente Feijó, a alegoria da Justiça e a alegoria da República. O laudo assinado por Julio Moraes mostrou que o monumento encontra-se íntegro, apesar de encontrados pequenos danos – previsíveis para uma obra com histórico de desmonte e sem uma conservação especializada. O restaurador também avaliou o possível valor da obra: R$ 1,5 milhão.

Ao JP, Olavo Volpato contou que foram diversos trâmites para a vinda do monumento a Itu. No aniversário de 50 anos da Escola “Regente Feijó”, o então prefeito foi orientado a erguer um busto em homenagem ao patrono do colégio. Logo em seguida, foi avisado de que o monumento feito por Louis Convers havia sido retirado para a construção do Metrô.

Volpato então procurou o prefeito paulistano da época, Reinaldo de Barros (PDS), e solicitou a estátua. Depois de muitas idas e vindas, o monumento foi instalado na escola. Porém, prefeitos subsequentes a Reinaldo, como Jânio Quadros (PTB) e Luiza Erundina (PT), ameaçaram “pegar de volta” a obra para São Paulo.

Para conseguir a doação definitiva da prefeitura paulistana para a escola estadual, Volpato acionou José Olímpio, que é vereador na capital e foi aluno do “Regente” (além de ter sido vereador em Itu e deputado federal), para que o mesmo proponha um projeto de lei autorizando o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) a conceder o monumento ao colégio ituano.

Em um primeiro contato, a secretária de Cultura de São Paulo, Aline Torres, solicitou um laudo do monumento, que foi conseguido através dos restauradores Claudemir Ignácio e Julio Moraes – este último responsável pelo restauro da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Candelária e do Cruzeiro Franciscano.

Em posse do laudo, uma audiência foi marcada na semana passada. Segundo Olavo Volpato, a secretária se mostrou muito solícita e demonstrou interesse em prosseguir nos trâmites para que, assim, um importante patrimônio cultural fique em definitivo em nossa cidade.